A Neuralink, uma das mais ambiciosas start-ups de Elon Musk, está em busca de voluntários altruístas para participar de um estudo pioneiro que visa transformar a vida das pessoas com paralisia cerebral.
A empresa, especializada em interfaces cérebro-computador (BCI), obteve recentemente aprovação da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos para conduzir seus primeiros testes em seres humanos.
Esse marco representa um passo significativo na direção de uma revolução médica que poderá permitir que pacientes com tetraplegia ou Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) controlem seus movimentos por computadores e consigam se comunicar com base somente em seus pensamentos.
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Melhor qualidade de vida para os pacientes com paralisia cerebral
O cerne desse estudo revolucionário é o sistema BCI (Brain-Computer Interface, ou, em português, Interface Cérebro-Computador), que a Neuralink implantará em seus participantes.
Um robô especializado será responsável por inserir cirurgicamente 64 fios flexíveis, mais finos do que um cabelo humano, em uma área específica do cérebro relacionada à intenção de movimento.
Esse implante experimental, chamado N1, será alimentado por uma bateria que pode ser transportada sem fio, podendo ser capaz de registrar e transmitir sinais diretos para um aplicativo que entenderá os desejos de movimento da pessoa.
Para isso, a Neuralink está procurando participantes que enfrentem sérios desafios de mobilidade devido à tetraplegia ou à ELA. A esperança é que esses voluntários possam recuperar uma quantidade significativa de independência e qualidade de vida por meio dessa tecnologia inovadora.
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Competição no campo das BCI
Apesar da preocupação normal em torno da Neuralink, a empresa enfrenta concorrência de outros que já estão há décadas no campo das BCI.
A Blackrock Neurotech, com sede em Utah, nos Estados Unidos, implantou seus primeiros dispositivos BCI em 2004. Além disso, a Precision Neuroscience, fundada por um dos cofundadores da Neuralink, desenvolveu um implante que se assemelha a uma fita fina na superfície do cérebro, facilitando o processo de implantação.
Por conta da concorrência alta, os avanços na pesquisa de BCI estão gerando resultados notáveis. Estudos recentes nos Estados Unidos revelaram que os implantes de supervisão podem monitorar a atividade cerebral quando uma pessoa tenta falar, oferecendo esperanças para comunicações futuras.
Adrien Rapeaux, pesquisador associado do Laboratório de Interfaces Neurais da Universidade Imperial College London, alerta para a necessidade de garantir que a conversão de sinais em ações permaneça confiável em longo prazo, um desafio reconhecido no campo.
Porém, ainda que haja esse desafio, Adrien Rapeaux destaca a vantagem da Neuralink em termos de implantação assistida por robôs, sendo muito bem vista no ramo em questão.
A esperança de ajudar nos desafios dos pacientes
A busca por voluntários para o estudo da Neuralink representa um passo grandioso na direção da realização de um sonho de longo prazo: permitir que pessoas com paralisia cerebral controlem seus corpos e se comuniquem apenas com seus pensamentos.
Enquanto a concorrência no campo das BCI está aumentando, o que nunca diminui é a esperança de melhorar a qualidade de vida daqueles que enfrentam desafios de mobilidade, sendo o foco desses avanços tecnológicos.