Os furacões podem ser extremamente destruidores quando atingem grandes proporções. As consequências desse fenômeno atmosférico são, muitas vezes, devastadoras nos lugares que são atingidos por estes ventos giratórios.
Embora os resultados no oceano não sejam visíveis para nós, eles podem ser tão destrutivos quanto. Melissa May, professora assistente de biologia marinha da Universidade da Costa do Golfo da Flórida, explica que tudo depende do tipo de furacão e do seu tamanho.
“Uma maré de tempestade pode evitar os ambientes marinhos e deixá-los ilesos, mas as consequências após o furacão também podem ser devastadoras, alterando a salinidade ou até mesmo trazendo sedimentos e aumentando a proliferação de bactérias.”
O que acontece no oceano durante um furacão?
As ondas geradas pelos ventos em alta velocidade podem chegar até 20 metros de altura e as correntes marítimas decorrentes dessas ondas podem afetar até 90 metros de profundidade do oceano.
Apesar de muitos mamíferos, peixes e diversos animais marinhos terem a capacidade de se refugiar em águas profundas a fim de escapar de eventos assim, nem todos obtêm êxito e acabam sendo afetados pelos furacões.
Já golfinhos e outros mamíferos marinhos podem acabar se prendendo em lagoas ou barragens, longe de seus habitats naturais, correndo assim risco de vida.
Em razão de tudo isso, nem os peixes saem ilesos de furacões. Na verdade, é o contrário. Esses fenômenos podem ser letais para esses animais, entupindo suas brânquias com sedimentos e até mesmo formando bolhas mortais de gás nitrogênio em seu sangue.
Imagem: Pixabay/Reprodução
Em meio à tempestade, as correntes marítimas irregulares podem soterrar bancos de ervas marinhas e recifes de ostras. Até as tartarugas filhotes podem sofrer, havendo a possibilidade de serem arrastadas para a costa e se perderem do mar. As ondas fortes também podem quebrar e matar os corais.
Os resultados após o furacão
Mesmo após a passagem do furacão, o oceano ainda sofre as consequências do fenômeno. Por sua vez, o ambiente externo pode trazer fatores preocupantes, como barcos que vazam substâncias tóxicas nas águas e até mesmo o esgoto pode causar danos, introduzindo mais bactérias no mar.
Como se não bastasse, grandes chuvas e tempestades podem levar uma grande quantidade de água doce para a atmosfera marinha, alterando a salinidade e prejudicando organismos que não conseguem sobreviver nessas circunstâncias, como os golfinhos.
Imagem: Wolfgang Zimmel/Reprodução
Em um cenário de tantas mudanças climáticas, os ecossistemas e habitats oceânicos ao redor do mundo passam por momentos difíceis e preocupantes.
Os Estados Unidos, por exemplo, são frequentemente atingidos por grandes furacões. A península da Flórida é um dos lugares mais afetados, ao mesmo tempo que possui uma vida marinha muito diversa, com recifes de coral, pântanos temperados e ervas marinhas.