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Impressões: novo Porsche Macan evolui em tudo e não te força a aceitá-lo

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A Porsche finalmente apresentou a nova geração do Macan ao mercado brasileiro: são quatro versões e você pode conferir os detalhes aqui. Nós já dirigimos o SUV alemão 100% elétrico e conseguimos ver as qualidades e defeitos da nova geração na prática.

O novo modelo utiliza a plataforma PPE, feita em parceria com a Audi e utilizada no inédito Q6 e-tron, mas entrega personalidade própria e bastante distinta do primo conterrâneo. Para constatar isso, a Porsche preparou um test-drive da capital paulistana até o município de Porto Feliz, cobrindo um percurso misto de aproximadamente 120 quilômetros.

Uma parte do comboio de Porsches elétricos utilizados no dia. Destaque para o laranja
Uma parte do comboio de Porsches elétricos utilizados no dia. Destaque para o laranja “Papaia” metálico, disponível sem custo adicional.

Porto Feliz/SP – a Porsche preparou um comboio com duas versões do novo Macan para experimentarmos: algumas unidades eram da configuração 4, a mais barata com tração integral, enquanto outras eram da topo-de-linha Turbo cujos números chegam a 639cv e 115,2kgfm de potência e torque máximos. Para começar, escolhemos a mais cara.

Basta percorrer os primeiros quilômetros para começar a perceber as diferenças gritantes entre o Macan e o Q6 e-tron. Enquanto o Audi é equilibrado e comedido, o Porsche consegue ser arisco e violento se provocado – especialmente quando falamos do Turbo. Ir de 0 a 100km/h em 3,3 segundos no controle de largada chega a dar uma ligeira vertigem.

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Por dentro, o novo Macan traz praticamente tudo que já vimos nos irmãos maiores.
Por dentro, o novo Macan traz praticamente tudo que já vimos nos irmãos maiores.

Enquanto o design externo traz bastante identidade própria através dos faróis divididos e o caimento traseiro que mais parece um hatchback, a cabine agrada e decepciona ao mesmo tempo: a qualidade do ambiente e dos materiais é inquestionável, contudo, é exatamente o mesmo interior dos atuais Cayenne e Panamera, salvo alguns mínimos detalhes.

A sensação é a de que entramos em um “mini Cayenne”: falta personalidade e os toques próprios que o Macan poderia ter. Em contrapartida, é tudo muito confortável e condizente com os valores de tabela. Os bancos dianteiros com ajustes elétricos recebem até mesmo almofadas de cabeça ajustáveis em distância, recurso muito útil quando se dirige por horas.

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Interior pode ser customizado de diversas formas, inclusive nas cores.
Interior pode ser customizado de diversas formas, inclusive nas cores.

Voltando a falar da experiência de direção, a suspensão a ar disponível de série entrega um alto nível de equilíbrio entre conforto e esportividade para um SUV que busca agradar ao proprietário quando estiver andando com sua família e, ao mesmo tempo, quando quiser se divertir sozinho ao volante. Há quatro modos de condução disponíveis.

Esses modos alteram, literalmente, o “humor” do Macan em diversos aspectos: altura e rigidez da suspensão, peso da direção, sensibilidade de resposta do acelerador, entre outros. Tais mudanças acontecem de maneira muito clara e imediata devido a arquitetura de 800 volts – a mesma que consegue comandar a suspensão “bizarra” do novo Panamera.

Espaço interno deixa a desejar para um modelo desse porte.
Espaço interno deixa a desejar para um modelo desse porte.

Quem também dá um show à parte é o Head-Up Display com realidade aumentada: ele atua em conjunto com os demais sistemas de condução semiautônoma para exibir ícones dinâmicos e interativos sobre o que está acontecendo na pista. Veículos muito próximos, posição do volante e direções da pista são realçados em tempo real, o que é bastante interessante.

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Depois de experimentar a brutalidade das acelerações do Turbo, fizemos o caminho de volta ao volante da modesta versão 4. Esperávamos uma grande diferença no desempenho, porém, os 387cv e 66,3kgfm fazem bonito quando necessário: as respostas não são brutais como no top de linha, mas você não sentirá falta de força em momento algum.

O Turbo que testamos trazia rodas aro 22
O Turbo que testamos trazia rodas aro 22 “RS Spyder” de 28 mil reais e pneus Pirelli PZero Corsa de 4.800 reais.

No final das contas, a marca quis deixar claro que mesmo um Macan 100% elétrico ainda é um Porsche e, portanto, desempenho está entre as prioridades máximas. Não à toa, o novo Macan Turbo é o Macan mais rápido da história e, ao mesmo tempo, um dos modelos elétricos mais rápidos à venda no mercado brasileiro atualmente. As demais versões não ficam para trás.

Por outro lado, se não há o que lamentar em termos de direção e performance, acreditamos que a montadora poderia ter feito melhor no habitáculo. A forte sensação de “déjà vu” com os irmãos mais caros incomoda, bem como o espaço interno deveras limitado para um carro desse porte e preço – nesses pontos, o Q6 e-tron dá aulas e se sai muito melhor.

Visto de traseira, o novo Macan mais parece um hatchback.
Visto de traseira, o novo Macan mais parece um hatchback.

Mas o melhor de tudo é a própria postura da Porsche em relação ao novo Macan e todo o assunto de eletrificação: se você não quiser comprá-lo por qualquer motivo, tudo bem. A geração antiga, movida somente por motores a combustão puros (não há nem mesmo híbridos) continua à venda normalmente e em opções mais “civis” ou esportivas, como preferir.

É o que se espera dos players de um mercado que ainda não abraçou a eletrificação do jeito que se imaginava e que ainda encontra inúmeros adeptos do tradicional. Seja como for, poder escolher entre um e outro é maravilhoso, mas caso queira experimentar o que a Porsche consegue fazer com um SUV elétrico, não se decepcionará ao volante do novo Macan.

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