A energia nuclear tem sido a alternativa escolhida por algumas gigantes da tecnologia para alimentar data centers de inteligência artificial, cuja demanda energética é gigante. Microsoft, Google e Amazon estão entre as empresas que já anunciaram investimentos nesse tipo de fonte de energia para os próximos anos.
Gerada a partir de reações no núcleo dos átomos, como a fissão e a fusão nuclear, a energia atômica apresenta vantagens como o baixo custo de operação das usinas nucleares, a segurança, a eficiência e a emissão reduzida de gases carbônicos. A abundância de urânio, principal elemento usado na geração de eletricidade, também está entre os atrativos.
Data centers para o treinamento de IA possuem um altíssimo gasto de energia.Fonte: Getty Images/Reprodução
No entanto, a utilização dessa fonte energética ainda é cercada de dúvidas, relacionadas aos acidentes nucleares que, em alguns casos, levaram à contaminação por material radioativo vazado. Desastres como os de Chernobil (Ucrânia), Three Mile Island (EUA) e Fukushima (Japão) são alguns dos que mais geram questionamentos.
Apresentamos, a seguir, 8 mitos e verdades sobre a energia nuclear que será usada como fonte de eletricidade para o treinamento de diversos modelos de IA generativa. Confira!
1. Usinas nucleares podem explodir como uma bomba atômica
Mito. As bombas atômicas contêm materiais específicos em sua composição e são desenvolvidas para liberar quantidades massivas de energia de forma instantânea. Já as usinas são construídas para gerar energia de maneira segura, apresentando baixo risco de acidente.
2. Morar perto de uma usina nuclear não é perigoso
Verdade. De modo geral, as usinas são instaladas nas proximidades dos centros urbanos por conta de uma questão logística, o que elimina a necessidade de longas linhas de transmissão. Desde que elas sigam as normas de segurança e usem as tecnologias mais recentes, não há maiores riscos para os vizinhos.
Usina de Angra dos Reis.Fonte: Getty Images/Reprodução
3. A energia nuclear é prejudicial ao meio ambiente.
Mito. Como não emitem gases de efeito estufa no mesmo nível que os combustíveis, os reatores nucleares não prejudicam o meio ambiente da mesma forma que eles. Além disso, as usinas nucleares precisam de um espaço menor para serem construídas, diminuindo os impactos na área.
4. A fusão pode ser a solução para a geração de energia no futuro.
Verdade. Muitos especialistas apontam a geração da eletricidade por meio da fusão nuclear como a solução para os problemas de energia, pois ela não gera resíduos radioativos e pode realizar a produção de forma quase ilimitada. Porém, a humanidade ainda não dominou a tecnologia necessária para tal processo.
A produção de energia por fusão nuclear é vista como uma aposta para o futuro.Fonte: Getty Images/Reprodução
5. O lixo nuclear não pode ser reciclado.
Mito. Resultado das reações de fissão nos reatores, os resíduos gerados na produção da eletricidade podem ser reaproveitados para produzir mais combustível, reduzindo consideravelmente a quantidade que acaba armazenada. O processo é baseado em técnicas modernas.
6. Construir uma usina nuclear é caro, mas a produção da eletricidade compensa.
Verdade. Construir e manter esse tipo de estrutura tem custos elevados — uma usina nuclear pode custar US$ 6 milhões por megawatt de capacidade contra US$ 500 mil por megawatt em uma usina a gás de ciclo combinado. Porém, a produção da energia nos reatores é muito mais barata, por não exigir suprimento contínuo de combustível.
O transporte de materiais radioativos segue normas rigorosas.Fonte: Getty Images/Reprodução
7. O transporte dos resíduos nucleares não é seguro.
Mito. Seguindo medidas de segurança rigorosas, o transporte do lixo nuclear acontece em caminhões, navios e trens sem maiores problemas. Milhares de remessas têm sido levadas de um lugar para o outro sem qualquer vazamento, nos últimos anos, em barris projetados para a tarefa.
8. Resíduos da energia nuclear podem ser tóxicos por milhares de anos.
Verdade. Algumas partes do lixo nuclear que sobram após a reciclagem podem se manter tóxicas por até 10 mil anos, embora em menor quantidade. A maioria exige armazenamento de 300 anos, em média, realizado em três etapas, a última sob o solo e em profundidades de até 1 km.