Pressões de Pequim por cortes de produção de aço pelas siderúrgicas locais e demanda volátil desta commodity. Sob o efeito desses fatores, os contratos futuros do minério de ferro amargaram queda, na sessão desta sexta-feira (11).
Em meio a tal cenário imprevisível, a commodity mais negociada para janeiro na bolsa de mercadorias e futuros de Dalian (China) recuou 0,49% a 714 iuanes ou US$ 99,10 a tonelada. Na bolsa de Cingapura, por sua vez, o insumo siderúrgico caiu 0,68% para US$ 100,75.
De acordo com o analista da Sinosteel, em Pequim, Cheng Peng, “as margens de importação (das cargas de minério de ferro) têm sido bastante ‘decentes’ recentemente, atraindo os traders para garantirem as cargas importadas, apoiando temporariamente os preços à vista, com o fortalecimento se refletindo no mercado de futuros doméstico hoje”.
Ao mesmo tempo, Peng admite que tal situação é bastante arriscada, “pois mais cargas serão trazidas para o mercado doméstico. Portanto, os preços do minério de ferro provavelmente cairão assim que a demanda mostrar sinais claros de enfraquecimento nas próximas semanas”.
Em que pese as incertezas de mercado, o consumo de minério de ferro dá sinais de resiliência, uma vez que a produção de gusa se mantém elevada, com algumas usinas retomando as operações dos altos-fornos neste mês, apontam analistas da Huatai Futures, em nota.
Mas para o mercado, no entanto, a perspectiva no médio prazo é de baixa demanda para as siderúrgicas, que têm se mostrado ‘cautelosas’ no que toca à aquisição de matérias primas, face ao controle de produção constante, exercido pelas autoridades chinesas.
Ao mesmo tempo, persiste a preocupação de investidores quanto à capacidade de recuperação do mercado imobiliário da China, sobretudo após a divulgação da notícia de que a incorporadora Country Garden deixou de pagar US$ 22 milhões em títulos.
No paralelo, os estoques de cinco principais itens de aço carbono, correspondentes a 184 siderúrgicas chinesas, apresentaram elevação no período de 3 a 9 de agosto, em decorrência da ‘fragilidade’ da demanda pelo derivado, em que o volume total passou a 4,55 milhões de toneladas.