Maior oferta pública de debêntures de infraestrutura da história do mercado de capitais brasileiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) anunciou, nesta quinta-feira (10), a subscrição de R$ 1,9 bilhão desses papéis, como parte de uma oferta pública maior, de R$ 5,5 bilhões, realizada pelas concessionárias Águas do Rio 1 e Águas do Rio 4, ligadas ao grupo Aegea.
A previsão é de que, durante o período de concessão, iniciado em 1º de novembro de 2021, a concessionária Águas do Rio deverá promover o maior investimento em saneamento básico que se tem notícia, no montante de R$ 25 bilhões, direcionados à universalização dos serviços de água e esgoto, com expectativa de conclusão em 12 anos. A expectativa é de que a iniciativa beneficie, ao menos, 10 milhões de pessoas de 26 municípios fluminenses (além da Zona Sul, Zona Norte e Centro do Rio).
Em nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante destacou que “este é um setor estratégico para o Banco e para o País, e a participação do BNDES foi fundamental para mostrar aos investidores que se trata de um projeto resiliente, com uma estrutura de garantias robusta, viabilizando a oferta”.
Coube ao BNDES a estruturação do financiamento completo ao projeto Águas do Rio, em que a debênture responde por uma parte, que totalizaria R$ 19 bilhões. A oferta, por sua vez, foi coordenada pelo banco de fomento, em conjunto com o Itaú BBA (coordenador líder), XP, BTG, ABC, JP Morgan e Bradesco, o que contribuiu para o sucesso da colocação das debêntures junto aos investidores através da prestação de garantia firme.
Mediante a coordenação e ancoragem efetuada pelo BNDES, a emissão foi bem-sucedida na atração de investidores, ‘puxando’ para baixo as taxas finais das debêntures. Ao ser lançado, o projeto recebeu o selo de debênture sustentável, em decorrência dos impactos sociais e ambientais positivos que deve acarretar à população.
Ao comentar o êxito da operação, CEO da Aegea, Radamés Casseb ressaltou que “a liderança do BNDES, desenvolvendo e estruturando os projetos, atuando para atração de investimentos e dos projetos de financiamento, tem sido determinante na jornada para a eliminação do déficit sanitário. No Brasil ainda são 100 milhões de pessoas sem acesso a coleta e tratamento de esgoto e 40 milhões sem acesso a água tratada. Esta liderança movimenta um círculo virtuoso, cada vez mais seguro e previsível, que compartilha prosperidade, reduzindo desigualdades, gerando empregos, saúde e qualidade de vida com impacto ambiental”.