A recente eclosão do vírus Nipah na Índia tem gerado preocupações globais quanto à sua potencial disseminação e impacto em outras regiões do mundo, incluindo o Brasil.
Esse microrganismo, que causa uma doença viral potencialmente letal, tem sido objeto de estudo e monitoramento atento por parte das autoridades de saúde pública em todo o mundo.
A região de Kozhikode, em Kerala, na Índia, enfrenta um surto de vírus Nipah, com duas mortes já registradas e três pessoas, incluindo uma criança e dois adultos, internadas após testarem positivo. As autoridades locais realizaram cerca de 800 testes em moradores da área.
Agora, com um alerta sobre a propagação do vírus, a preocupação é que a doença chegue em território brasileiro.
Imagem: Raj Mohan/Pixabay/Reprodução
O vírus Nipah é um patógeno viral que pertence à família Paramyxoviridae e ao gênero Henipavirus. Ele foi inicialmente identificado na Malásia em 1999, quando causou um surto de encefalite em suinocultores e pessoas que tiveram contato com suínos doentes.
O nome “Nipah” é derivado do nome de uma aldeia na Malásia onde o vírus foi isolado pela primeira vez. O vírus é transmitido principalmente por morcegos frugívoros da família Pteropodidae, também conhecidos como morcegos de frutas.
Como ocorre a transmissão do Nipah em humanos?
Os morcegos são considerados hospedeiros naturais do vírus e podem excretá-lo nas suas fezes, saliva e urina. Assim, a transmissão para os seres humanos geralmente ocorre por meio do contato direto com fluidos corporais de animais infectados, como porcos ou com objetos contaminados.
Quais são os sintomas da infecção?
A infecção pelo vírus em seres humanos pode causar uma variedade de sintomas, que podem variar de febre e dor de cabeça a sintomas mais graves, como encefalite (inflamação do cérebro) e pneumonia.
A taxa de mortalidade associada ao Nipah pode ser alta, variando de 40% a 75%, dependendo do surto e das condições de tratamento disponíveis.
Afinal, qual a probabilidade de o vírus chegar ao Brasil?
Alejandro Naime Barbosa, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), fez uma comparação entre o método de transmissão do vírus Nipah e o do Ebola, enfatizando que ambos dependem de contato próximo para se espalharem.
No entanto, apesar da gravidade, especialistas entrevistados pelo Estadão ressaltaram que a probabilidade de o vírus Nipah se espalhar no Brasil é bastante baixa. Ainda assim, vários países estão monitorando de perto a situação devido à alta taxa de letalidade do vírus.