Depois de o governo da França anunciar que detectou altos níveis de radiação no iPhone 12, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirmou que irá investigar o caso. A análise decidirá se o modelo de smartphone está de acordo com as normas brasileiras.
Segundo a Anatel, a situação entrou em discussão na quarta-feira 13. “Estamos nos reunindo com organismos de certificação e laboratórios e organizando uma supervisão de mercado”, afirmou a pasta, em nota enviada à reportagem do portal Acessa.com.
Na descrição técnica da fabricante do aparelho lançado em 2020, o produto da Apple gera emissões na ordem de 1 watt por quilo. O iPhone 12 passou por atualizações de sistema operacional desde então, que podem passar a exigir mais dos chips de processamento, fator que aumenta o nível de emissões.
O iPhone 12 não está mais à venda nas lojas on-line da Apple. Em contrapartida, o iPhone 15 foi lançado nesta semana.
Leia mais: “Quanto vai custar o iPhone 15 no Brasil?”
Proibição da venda do iPhone 12 na França
O governo francês divulgou, na quarta-feira 13, que encontrou altas taxas de absorção específicas (SAR, na sigla em inglês) acima do permitido na Europa. Foram realizados dois testes na última semana.
Laboratórios credenciados constataram a absorção de energia eletromagnética pelo corpo em 5,74 watts por quilo em testes que simularam o uso do telefone na mão ou no bolso da calça.
Segundo o relatório, os testes mostraram que o telefone estava em conformidade com os chamados padrões SAR quando estava no bolso de uma jaqueta ou em uma bolsa.
“A expectativa é que a Apple responda dentro de duas semanas”, disse o secretário de Economia Digital da França, Jean-Noel Barrot ao jornal Le Parisien. “Se eles não o fizerem, estou preparado para ordenar um recall de todos os iPhones 12 em circulação.”
Apple contesta resultado sobre o iPhone 12
Em nota enviada à agência de notícias Reuters, a Apple afirma que o iPhone 12 foi certificado por várias agências internacionais como compatível com os padrões globais de radiação.
A big tech contesta os resultados dos testes franceses e diz que o aparelho está em conformidade com os padrões de taxas de absorção específicas, que se aplicam a dispositivos que emitem frequências de rádio.
Leia também: “Cientistas: satélites da SpaceX podem ‘vazar’ radiação para a Terra”
Vários países europeus, incluindo Bélgica, Alemanha e Itália, estão acompanhando a ação regulatória francesa, aumentando a chance de mais proibições.
Os smartphones emitem baixos níveis de radiação quando estão em uso, e pesquisadores passaram décadas estudando seus possíveis efeitos na saúde. A Organização Mundial da Saúde afirmou: “Até o momento, não foram estabelecidos efeitos adversos à saúde causados pelo uso de telefones celulares”.
A Anatel adota o mesmo limite determinado pela regulação europeia de 2 watts por quilo, na média. Os dispositivos passam por testes antes de receber permissão para venda no Brasil.