Promotores dos Estados Unidos acusam o Google de pagar cerca de US$ 10 bilhões por ano para manter o monopólio em buscas on-line, em declaração na terça-feira 12.
O Google enfrenta agora um processo movido por promotores do Departamento de Justiça dos Estados Unidos por abuso de poder. O governo norte-americano alega que a empresa usa a posição consolidada no mercado para prejudicar a concorrência, investindo quantias altas e, consequentemente, limita o alcance rival nas pesquisas de busca.
De acordo com informações do site Poder360, o advogado que representa o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Kenneth Dintzer, afirma que o Google escondeu e destruiu documentos que comprovavam que a empresa violou as leis antitruste (direito da concorrência) no país.
Segundo o advogado, desde 2010, a big tech começou a manter de forma ilegal o seu monopólio de buscas. Hoje, o Google é o mecanismo de busca padrão de 89% da internet.
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Ainda de acordo com Dintzer, em 2005, a Alphabet (holding que reúne empresas vinculadas ao Google) propôs à Apple um acordo de divisão de receitas para que o seu mecanismo de busca fosse o padrão nos aparelhos da marca. Em 2007, a empresa tentou oferecer aos usuários a escolha entre o Google e o Yahoo, dentro do seu sistema.
Esta ação fez com que o Google enviasse um e-mail à Apple, ameaçando encerrar o acordo.
O advogado de defesa da companhia, John Schmidtlein, afirma que o sucesso da big tech se deve à qualidade dos seus serviços e não a práticas desleais contra outras empresas de tecnologia.
“As alegações procuram distorcer a concorrência, tudo na esperança de que forçar as pessoas a usar produtos inferiores, no curto prazo, seja de alguma forma bom para a concorrência no longo prazo”, disse o advogado.
Amit Mehta, juíza da Corte Distrital de Columbia que está à frente do caso, avaliará se os pagamentos do Google à Apple configuram abuso de poder. Nas próximas semanas, o presidente-executivo da big tech, Sundar Pichai, e executivos da Apple devem prestar depoimento. O julgamento pode levar meses até sua conclusão.
Google na mira da União Europeia
A big tech também está na lista da União Europeia para se adequar às novas regras do bloco para serviços e mercados digitais. O objetivo da UE é reforçar a regulamentação das big techs e estimular a competição no setor, que é dominado por companhias norte-americanas.
A Lei de Mercados Digital (DMA) e a Lei de Serviços Digitais (DSA) têm como objetivo comum evitar o monopólio do setor e de limitar crimes on-line, violação da privacidade, além de tutelar menores de idade.