O ex-presidente da República Jair Bolsonaro compareceu à sede da PF (Polícia Federal), em Brasília, nesta quinta-feira (22) para prestar depoimento no âmbito das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, em 2022. Esta é a sétima vez que o ex-chefe do Executivo comparece à corporação para prestar esclarecimentos. A primeira vez foi em abril de 2023, e as oitivas fazem parte de diferentes inquéritos.
O primeiro depoimento aconteceu pelas investigações sobre um suposto esquema de venda de joias e presentes da Presidência da República durante o governo de Bolsonaro. Na época, o ex-chefe do Executivo negou ter usado a estrutura pública para pegar os itens.
No mesmo mês, Bolsonaro depôs sobre a sua suposta relação com os ataques do dia 8 de Janeiro. A PGR viu indícios de incitação pública à prática de crime por parte de Bolsonaro quando ele publicou um vídeo nas redes sociais, poucos dias após os atos, questionando o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Em maio, Bolsonaro foi perguntado sobre a fraude nos cartões de vacinação dele e da filha, Laura. Esse é o mesmo inquérito que prendeu o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid. O R7 apurou que o ex-chefe do Executivo afirmou aos agentes que não se vacinou contra a Covid-19 nem participou do esquema de fraude no cartão de vacinação no Ministério da Saúde.
Bolsonaro também foi ouvido em julho de 2023, nas investigações que apuram uma suposta reunião golpista denunciada pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES). À PF, o parlamentar disse estar arrependido de ter envolvido o ex-presidente na história de um suposto plano de golpe de Estado
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Em agosto e outubro do ano passado, Bolsonaro foi ouvido sobre a atuação de um grupo de empresários que defendia um golpe de Estado em mensagens trocadas pelo WhatsApp. No segundo depoimento, o ex-presidente ficou em silêncio e entregou suas considerações por escrito.
Tentativa de golpe de Estado
O ex-presidente Jair Bolsonaro e outros investigados pela organização de um suposto golpe de estado vão ser ouvidos simultaneamente pela Polícia Federal. A estratégia de marcar os depoimentos para o mesmo horário já foi usada outras vezes pela PF em casos que envolvem o ex-presidente.
A intenção dos investigadores é explorar possíveis contradições, já que nenhum dos convocados terá acesso ao que foi dito em cada depoimento. A Polícia Federal também vai ouvir Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Augusto Heleno, que foi chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro, Walter Braga Netto, e o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto.