O empresário Thiago Brennand foi condenado, nesta quarta-feira (11), a dez anos e seis meses de prisão, inicialmente em regime fechado, pelo crime de estupro na 2ª Vara de Porto Feliz, no interior de São Paulo. O homem também deverá indenizar a vítima no valor mínimo de R$ 50 mil pelos danos morais sofridos. Brennand vai recorrer da decisão.
A sentença, referente ao caso de estupro de uma mulher americana que mora no Brasil, foi dada pelo juiz Israel Salu. Essa é a primeira condenação de Brennand, que é réu em sete processos – outros dois já foram arquivados após acordos com as vítimas.
As acusações contra Brennand variaram entre estupro, sequestro, cárcere privado, agressão física e ameaça, entre outros crimes.
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Segundo a denúncia de estupro feita pela vítima norte-americana, inicialmente o empresário teria apresentado comportamento gentil com ela. Depois, no entanto, passou a agir de maneira agressiva, até chegar ao ponto de obrigá-la a manter relações sexuais com ele. O condenado ainda teria ameaçado a mulher com a divulgação de imagens de cenas íntimas caso ela rompesse o relacionamento.
O empresário está preso no Brasil desde 29 de abril, quando foi extraditado dos Emirados Árabes Unidos. Em setembro do ano passado, pouco depois que vídeos que mostram o empresário agredindo uma modelo viraram notícia, a Justiça brasileira passou a emitir ordens de prisão contra Brennand. Ele, no entanto, conseguiu viajar para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e passou meses no país, vivendo em um hotel.
Acusações
O caso do empresário ganhou repercussão depois que ele foi flagrado por câmeras de segurança ao agredir a modelo Alliny Helena Gomes em uma academia no Shopping Iguatemi, em uma área nobre da capital paulista, no dia 3 de agosto de 2022. Depois, outras mulheres decidiram denunciá-lo.
A estudante de medicina Stefanie Cohen, de 30 anos, é uma das denunciantes. Em outubro, ela revelou ao R7 que foi estuprada por Brennand. Na época, disse que foi dopada e abusada: “Percebi que falar sobre isso faz parte da minha cura”.
Ainda em outubro, o MPSP (Ministério Público de São Paulo) fez a terceira denúncia contra o empresário, pela agressão ao garçom Vitor Igor Rodrigues Machado, de 26 anos, em um condomínio de Porto Feliz, no interior do estado.
Na quarta denúncia, ele foi acusado de crime de ameaça e contravenção penal de vias de fato (quando há uma agressão física leve) contra Agostinho Rodrigues da Silva, de 54 anos, caseiro do condomínio onde vivia.
Defesa
A defesa de Thiago Brennand, conduzida pelo escritório do advogado Roberto Podval, criticou a sentença que condenou o empresário e informou que vai recorrer. Veja a nota na íntegra:
A Defesa recebe com grande irresignação a sentença proferida pelo magistrado da 2ª Vara da Comarca de Porto Feliz, fundamentada apenas na palavra da vítima, completamente dissociada de todos os elementos de prova colhidos durante a instrução, os quais demonstraram de forma cristalina que o acusado nunca praticou violência sexual. Preferiu o magistrado trilhar o caminho mais fácil de julgar com base na pessoa – em verdade, uma versão de um personagem criado – e não nos fatos.
A Defesa tem total confiança no Poder Judiciário para corrigir essa injusta condenação.
Brennand viveu em hotel com diária de até R$ 38,5 mil. Relembre