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Sete a cada dez pequenos empresários não conseguem acesso a crédito – Notícias

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Sete de cada dez donos de pequenos negócios que buscaram empréstimos em julho não conseguiram obter crédito com os agentes financeiros.


O resultado é o pior apresentado desde agosto de 2022, início da série histórica da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


O número é dez pontos percentuais menor do que o apontado pelo levantamento anterior, em abril.



A queda no acesso ao crédito vai na contramão da procura dos empreendedores por empréstimos. De acordo com o levantamento, o percentual de empresários que buscou crédito cresceu cinco pontos entre abril e julho, quando, no quarto mês do ano, 27% dos empreendedores tentaram obter empréstimo, contra 32% no início do segundo semestre.

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Vale lembrar que a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, está em 13,25%. Assim, o Brasil segue com o maior patamar de juros reais (que subtrai o número pela inflação) do mundo.


O presidente do Sebrae, Décio Lima, acredita que a criação de uma nova linha de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com aporte de R$ 600 milhões feito pelo Sebrae, deve diminuir as dificuldades de acesso pelas MPE (micro e pequenas empresas).


“A expectativa é que esse aporte de garantias do Sebrae possa proporcionar até R$ 10 bilhões em empréstimos”, afirma em nota.



Na visão do Sebrae, além de trabalhar para reduzir a taxa de juros, o país deve apoiar e estimular o surgimento de outros atores no sistema financeiro para ampliar e diversificar a oferta de crédito.


As cooperativas de crédito e as ESC (Empresas Simples de Crédito), entre outros agentes, podem facilitar o acesso dessas empresas ao recurso tão necessário para a realização de investimentos que permitam a retomada do crescimento.

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“É preciso pensar o crédito para a MPE: o dono da padaria, aquela empresa do bairro. Estamos falando de quem movimenta a economia e gera emprego na ponta. Não podemos imaginar que o dono de uma micro ou pequena empresa pode obter crédito com essas taxas de juros atuais”, frisa Décio Lima.


Queda da inadimplência


O estudo mostra que, apesar do cenário adverso no acesso a crédito, a inadimplência das MPE registrou queda no último mês de julho. Segundo a pesquisa, 25% dos pequenos negócios estavam com dívidas em atraso no começo do semestre.


O resultado é dois pontos percentuais inferiores ao verificado em janeiro, quando a proporção de pequenos negócios inadimplentes havia registrado alta.

Apesar desse movimento, em julho cresceu a proporção de pequenos negócios que têm 30% ou mais dos seus custos comprometidos por dívidas. Em abril, esse percentual era de 52% dos pequenos negócios. Já a pesquisa feita no começo do semestre mostrou que 56% das companhias estavam nessa situação.


Cai a pressão dos custos

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A pesquisa revela também que, pela primeira vez na série histórica, o aumento dos custos deixou de ser a maior preocupação desses empreendedores.


O levantamento aponta ainda uma queda no percentual de empresários que relataram alta nas suas despesas nos últimos 30 dias. Houve um recuo de dez pontos quando comparado ao levantamento feito no último mês de abril.


“Percebemos uma gradativa e consistente melhora nas condições gerais da economia brasileira. O dono do pequeno negócio já sente isso nos seus custos diretos com energia, combustíveis, entre outras despesas da empresa”, comenta o presidente do Sebrae.


De acordo com o levantamento, 32% dos donos de pequenos negócios apontaram o aumento dos custos como principal dificuldade enfrentada no mês de julho, o mesmo percentual de empreendedores que indicaram a falta de clientes como maior preocupação.


Esse resultado é melhor do que o apresentado na pesquisa de abril (quando 38% estavam apreensivos com o aumento de despesas com energia, aluguel, combustível, matéria-prima etc.) e dez pontos abaixo do número identificado na pesquisa de agosto de 2022.


Investimentos


Pouco mais da metade dos pequenos negócios (51%) realizou investimentos nos últimos três meses. O resultado é seis pontos melhor que o identificado em abril.


O levantamento mostra que os investimentos foram feitos principalmente em máquinas e equipamentos (26%), instalações (9%) e informática (7%).


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