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Dos campos da várzea à presidência da empresa

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Uma das mais antigas fabricantes de implementos agrícolas fundadas no Rio Grande do Sul, a Imasa, de Ijuí, ultrapassou um século de existência tendo hoje à frente um homem inicialmente contratado não propriamente pelo conhecimento agronômico que detinha à época, mas pelos dotes futebolísticos. No mesmo ano em que o Brasil ganhava o Tri no México, o jovem Jalmar Martel chamava a atenção anotando gols nas peladas da várzea ijuiense, enquanto o time dos funcionários da Imasa se ressentia de um centroavante. Martel foi convocado a vestir a 9 da firma e assumir um emprego de auxiliar de escritório. Depois de 40 anos,o centroavante se tornou diretor-presidente da empresa especialista em semeadoras múltiplas e específicas e uma das pioneiras no sistema de plantio direto. 

“Eu era bom para jogar bola, mas também era bom em matemática”, lembra Martel, que passou pelos setores de recursos humanos e financeiro da companhia nascida em 1922 como uma pequena funilaria, pelas mãos de Arthur Fuchs. No contexto nacional, a Imasa viveria diferentes fases da economia e a modernização da indústria. Em 1958, foi pioneira na América Latina na produção de discos, arados e grades. Em 1962, desenvolveu e lançou o primeiro arado subsolador do mercado. Depois vieram a cultivadora de discos horizontais (1966) e a primeira semeadora de múltiplo uso (1968).

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Quando Martel assinou a carteira de trabalho, a Imasa apresentava a primeira plantadeira-semeadeira com caixa de aço inox. Naqueles tempos, Bruno Fuchs, filho do fundador Arthur, já pensava e direcionava o futuro da indústria e da própria agricultura. “Seu Bruno falava em plantio direto ainda em 1970. Hoje, quase toda a nossa produção é para o plantio direto”, afirma Martel. 

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A fabricante de Ijuí contribuiu para o desenvolvimento do sistema de plantio direto registrando mais de 50 patentes, entre invenções e modelos de utilidade, para melhorar a tecnologia e a produtividade no campo de forma sustentável. Em 1972, em colaboração com a Cooperativa Tritícola Serrana (Cotrijuí), a Secretaria da Agricultura do Estado e a Associação Conservacionista de Ijuí, foi promovido o primeiro encontro interestadual para discutir o impacto das práticas mecanizadas. “Ali já havia uma grande preocupação da Imasa com a conservação do solo”, afirma. O fortalecimento da pesquisa e do desenvolvimento de equipamentos para o plantio direto ocorreu ao mesmo tempo em que Martel reforçou o currículo com uma graduação em Administração de Empresas, pela Unijuí. Em 1999, o então goleador adquiriu o controle acionário da empresa e tornou-se o capitão do time.

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Atualmente, ele lidera 150 funcionários na produção de cerca de 600 máquinas por ano, com semeadoras de 3 a 35 linhas de plantio (Saga trigueira), com preços de R$ 17 mil a R$ 700 mil. Atua em todas as pontas corporativas, movimentando-se pelo chão de fábrica e por feiras agropecuárias, conversando com clientes, mostrando as novidades e discutindo os assuntos do momento. Na Expointer deste ano, a Imasa lançou a Saga Premium Flex, uma semeadora para soja e milho que copia o solo, em versões de 9 a 18 linhas de plantio. Em meio ao maquinário azul e amarelo, Martel conta que reduziu nos últimos anos as vendas ao mercado externo para dar preferência à agricultura brasileira. “Quase não sobra para vender lá fora”, completa.

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